15 abril 2007

insígnia

(sinônimo_de_um_vazio
(a_pouco_completado
(à_quem_me_faz_sentir_bem
(à_quem_me_deixa_sem
(nada_pensar_
(amiga_amor_luiza)


somos nomes, corpos
folhas que cortam
sopros que invadem janelas
dias que passam nublados
somos verbo

eu sou a insígnia
de alguma existência
que sente compreender
por não ter sido compreendido
sou o afago que se revela
sou o contato que não sustenta

você, agora, é minha poesia
e eu seu ameno pra sempre
que a propósito, ainda não existe
mas que já se acaba
sendo sempre, e assim...

seria simples e trôpego
meus vícios e teus gestos
ficaria eternamente findo
teus acordes e meus versos
como num pra sempre recomeçar
meu caminho e teus passos
seria simples

incógnitas que revelam meus segredos
eu sou a infância que esconde o preparo dos erros

no entanto, agora
somos mais que verbos
somos solo, somos fértil
viramos enigma de nós mesmos
somos essência

porque pra sempre
seria sempre assim
um dia escuro
num profundo silêncio
desse grande vazio
dentro de mim

Suplício_à_rima

Das rimas que me faltam nada mais me resta
De tudo que eu já vi e agora não me espanta
Das cores que eu pensei e agora são tão negras
Do escuro e do vazio dentro desse instante
Tantas foram as palavras ditas
Poucas as ações sofridas
De palavras que agora me restam
Poucas, torpes e sem rimas.

fragmento_sois_dois

Eu queria só mais um minuto
E num minuto nada me faltaria
De os detalhes e de os instantes
E da cor tórrida que ostentaria
Enegrecidos tons já ofuscantes
E da cortina que se fecharia
(De Um Ultimo Instante, O Fim)

Meu espelho não mais é o mesmo
Não mais aparenta minhas faces
Não mais me confia
Não me põe risos nem me entristece
Nem mais reflete o que eu queria
(Anomalias de Um Dia Comum)

sonteto_do_almejo_e_da_cura

Desejo que transpassa a loucura
Como um toque ainda não surgido
Uma palavra até então não dita
A revolta em cena aparecida

Da espera que não se consuma
Ao que não me influi, nada mal
Faz-me ser o que não tinha sido
Depois retornando, como em carnaval

Tendo a primavera ainda não chegada
Todo meu desejo, e toda minha cura
Propiciando a cria da minha loucura

Do desejo à minha espera
E de todo vento frio
Dessa nobre e almejada primavera