18 agosto 2007

Soneto_de_uma_lástima


Anseio por respostas inexistentes
Caminho por sertões inexplorados
Sereno sentimentos explosivos
Acordo conclusões precipitadas

Momento almejantes dúvidas
Afago momentâneas culpas
Almejo duvidosas lástimas
Recebo as somas normalizadas

Diria se soubesse o que quero
Seria, assim o que eu mal espero
Sem alcançar o avesso de tal esmero

Assim ao menos dúvidas me restam
No qual digo-lhes: ânsias, serenas
Almejadas e caminhadas, que me esperam

Questão_[vil e vã]


Pensamentos alheios punham-se à entender
Hoje tal denota já não se pode fazer
Passado o tempo em que já se pode prever
Não mais é previsível, é mais fácil de poder
Universo milimétricamente programado
Junto em seus seguidores
Encalabuçados surdos vendados
São noites e dias rompidos atados
E tolos e tolos mais, sendo estocados
Esteriótipos sendo criados
Com cútis e vestiduras padronizadas
Madeixas à deixa, todos copiados
Os modos os lados e todos os fatos
E os poucos e loucos, sendo isolados
Poder-se-ia entender, mas de fazê-lo inventam o más
Entorpecem-se seguindo o que a vida trás
Embranquecendo a têmpora da vida vã
Apenas se atolam com que o mundo os faz

16VERSOS [1poema_(2nomes)]

Dois_perdões [que_não_(ob)tive]

Chegou e nem mesmo eu vi
Parou, dançou e me reparou
Andei, cantei e me perdi
E então saí sem mil perdões

Mas quando eu não sei mais contar
Eu faço o tempo tentar me parar
As linhas que faço diminuem-se num vão
E fecho o verso com uma rima sem perdão

Duas_mentiras [de_que_não preciso]

Mentira dizer que tudo é tudo bem
Como se não fosse concluir sem fim
Como viver sem reclamar de alguém
Verdade não é sempre terminar assim

Mesmo quando o que surge não é suficiente
Isso pode fazer de alguém um alguém contente
E quando o dia não passar de sono vago
Mentira é ser eu sempre estressante

(fazendo_ao_menos_o_que_se_pode
(começando_ao_menos_pelo_que_se_tem
(tentando_ao_menos_com_o_que_me_alcança
(deixando_ao_menos_algum_bem_àlguem)