21 março 2008

analógicos_

de tais punhos firmes
e músculos de toques ríspidos
desvencilham-me uma imensidão contida
em movimentos de gostos cítricos
a poesia começa onde terminam gemidos
palavras sussuram tão doces
que aos poucos me invadem os ouvidos
de tais braços firmes, mais fortes que os meus
e de ossos tais como os meus
e o corpo que intrépido, responde ao meu
iguala ao meu, completa o meu
e mesmo sem achar o tom
amamos-nos como quem não se ama
pois como já disse Breton:
a poesia, como o amor, se faz na cama

dias_amenos_menos_anêmicos_

para que um dia que se torna claro
e numa tarde que se dispõe tardio
e numa esfera de um tempo vago
e na espera do que torna caro
eu cato o bom do que já está vazio

e para que um dia se torne claro
cumpramos um taciturno trato
façamos de tais e vão momentos
momentos anteriormente raros