16 dezembro 2007

ínfimo_no_seu_completar


imprevisível ao ser cotidiano
perene ao me raptar das conclusões
solene ao me gabar de tanta cor
interminável ao ser pulsar de uma paixão

meu_potencial_silente


ao que nos une e nos contorna
e as duvidas que eu tenho e terei
à forças vindas e elevadas
à imagens findas que guardei

(para_Deus_

viagem_no_vagão_da_ilusão


letreiro que desprende a vista dum olhar imune, que esfrega-se no contato e na certeza de que o nada seria sempre um eterno vazio, quando no nada o novo se retornaria, pra que fosse eterno, de forma áspera como madeira bruta que vem pra ser talhada e faria de um novo sem rastros anteriores, sem traços de imitadores. da força abafada da imagem que enverga nas retinas, tornando o que era químico em ideal, para o eterno vagão que pressupõe as ideias, que mudarão um dia o mundo.

malucalidades_divisíveis


como o que parte o incerto do duvidoso
como o que se espia pra não se ver
são atos de fragmentações da mente materializados
em movimentos que o mundo um dia poderá prever

15 dezembro 2007

vertendo_neve

Seríamos duas partes de um mesmo
Se não fôssemos o todo
Enquanto havia a lástima
Combatemos por sermos "junto"
Sorrimos para eternizarmos instantes passados
Criamos por não poder mais contar
Andamos pelos lugares marcados

Como nomes gravados em árvores
Que somem no inverno passado
E que se mostra quando a neve verte

São mais que instantes
Ossos, toques e inverno
Que vai, que passa, que volta

apoio_

sem chá-das-cinco
ela disse sem cerimonia
sem saber dos seus amores
da sua lição
do que queriam que fossem
amargavam-lhe expressões afáveis
sugeriam lamentações desfeitas
conhecia desesperos instantâneos
e os dispunha em lampejos de oferendas
sem chá-das-cinco
ela dizia.

dia_13

/ um bom mensal, pra navalha que me corta
que rompe o que há muito foi ligado
e me fere concisamente com a falta de dor
fluem rubros vazantes de mim
nada que o fogo não trate
movo os pés lascivamente no ritmo do som
o danar se desprende do que seja eu
e um leve sal nas dores habitaria
se um revertério do dispautério
não se alinhasse com o mensal
da navalha que me corta /

leve_

levarei pra ti o meu melhor e o mais bonito
pra que um dia eu possa olhar pra trás
e saber que o que eu fiz nunca foi demais
nunca foi penoso e não se acabará
falarei as palavras mais leves aos teus ouvidos
e encantarei teus olhares com as mais belas vistas
cantarei pra ti minhas notas mais singelas
e sentirás meus toques mais infinitos
e pensarás teus planos definidos
e caberás em meu colo sem nenhum aflito
e sentirás o aroma do que sinto
e eternizará momentos desconhecidos
sentirei seus calafrios almejantes de desejo ardido
contarei, retornarei sem nunca ter saído
e os teus sentidos, nos meus sentidos
e a cada gota, sombra, onda ou calafrio
ficará guardado como uma palavra
daquelas que falei, que cantei ou pensei
daquelas que respirei, das que senti,
das que couberam em mim ou entre nós
e das que levei pra ti,
como o melhor e o mais bonito,
o mais bonito.

memórias_de_uma_tarde_(sozinho)_no_parque


ouço batuques enquanto escrevo, não queria escrever, mas por insegurança ou falta do que fazer eu rabisco minhas letras por elas me deixarem mais à vontade comigo mesmo e por estar sozinhoe os batuques param, retornam e eu escrevo bosta...

(composto no parque

pretexto_para_falar_de_mim



são só patos
sim, são só patos, eles compõe, de um em um
o conjunto do que vejo,
são novos, são velhos
são receitas de um futuro olhado,
a vida tranquila
e a alegria
de serem patos
e está estampada, as carinhas, seus bicos
o andar de lentidão cronica e ritmada
seus rabinhos,
balançando enquanto nadam,
a tranquilidade deles me acalma,
enquanto eu morro por dentro



(composto num passeio sozinho no parque


gravar do tudo a imagem que minhas retinas não podem ver depois
[egoísmo_de_nostalgias_posteriores]

(dia não-recordado
(de um passeio no parque

é lascivo, ter de ser oprimido
ter de ter um ouvido
e ouvir o 'dito' dos ofendidos
é lascivo,
laçar o vício
lançar dos olhos
lavar dos cílios
o 'dito' ofendido de meus olhos oprimidos


(àos que valem-se dele
(à mim, na questão

(melhor que ter de andar à pé
(melhor que viver no sertão

[foto_de_apetite/arte_eh_ter_fome]

malucalidades_temporais


perigas voltar ao perímetro um tempo não sóbrio
porém afinetável se o tentar não houver de se fazer
logrando ásperas palavras de um tempo que se passou
e não mais voltará
tornar-se-á o vício de si mesmo,
nas suas próprias malucalidades temporais
que não se acabarão...

09 dezembro 2007

essas_linhas

fiz algumas linhas
dedicadas a alguém que ainda não sei saber quem é
concentrando nelas a minha emoção de infância
que me faz ser mais feliz
e a minha impureza de um ser astuto
que me coloca mais à frente do que poderia ser
fiz linhas pensando no quanto seria importante pra mim escreve-las agora
e no que isso mudaria no decorrer da minha história
percebi que pouco elas, então, mudariam
e que mesmo sabendo eu continuava as redigindo
as fiz com carinho de choro espremido
deixando-as à vontade com elas mesmas e comigo
cavando de mim os poucos que não me faltam
pra que não me entregue a esforços indecisos
fiz algumas linhas
com palavras minhas juntas e descompostas, edificadas pra alguem entender
fiz com sinceridade, lembranças de um tempinho vago...
de ações de meninos, de mudanças constantes, fiz de lembranças,
fiz linhas de lembranças
como as que fiz de amargura e tristeza e que me chocam
fiz linhas como já fiz outras,
fiz pra alguem, como outras, como estas, como algumas
que memso que não saiba pra quem sejam, são feitas, estão feitas
como algumas, outras, estas,
fiz algumas linhas hoje...