19 julho 2010

verniz

assino revista intelectualóide,
enquanto levanto meu chop lá perto dos 'brow'.
assumo postura apóstólica em verso de drummond
e não esquento de errar meu português e deixar pra depois.
cativo olhando o borrão do xerox dum miró
na capa do meu caderno feito à mão
e ouço convicto um concerto pra piano de chopin
no meu mp3 da liquidação.
finjo que entendo o balet do Bolshoi,
faço poses para fotos cult de photoshop,
entro na atmosfera dos fracos
e como petiscos na vernissage de fotos/emulação.
entro na conversa dos outros,
faço retrato do que eu já posso ser,
rio escondido das gafes de tudo
e conto estórias pra ninguém entender.

é questão de misturar o que é certo
com visão de gente que nunca pode mais ver.
será simples viver num só lado da estória
ou simplesmente deixar a história correr?

25 agosto 2009

[palavras dirigidas para mulheres que não são de 80 (que já foram cor-de-rosa e hoje são de todas as cores)]

Uma caneca de café, um cigarro. Agora acho que ainda falta muita coisa pra acontecer, só não sei dizer nem um décimo disso que poderá, ou não me afastar ou delirar desses sentidos todos que uma frase pode fazer, me senti sozinho quando passei uns dois dias fora de casa, quando voltei foi a mesma solidão em mim.

Um livro que dá preguiça, uma música. Ainda não sei dizer o quanto do mundo eu gosto, e já sempre soube que da vida é o que de bom grado me ensina a cada dia que eu acordo ainda sem ver o sol que cada segundo lento ou maios vazio pode se encontrar encanto. Fantasia não é querer demais, é só pensar de menos.

Uma dose de vodka, um violão. Mexer naquilo que me faz mal não é só testar-se como um pedaço daquilo que detesta. Talvez pra mim seja mais corriqueiro do que tomar o café, que a pouco eu odiava, e fumar o cigarro que até então não entendia. Os livros estão ficando cada vez mais preguiçosos de mim, não consigo começar, quando começo não termino. Tentei achar nas letras coisas que não são vivas, achei foi movimento, numa gota de sangue dentro mim.

Um corpo suado, um travesseiro. E no que procurar respostas implica em lamentos futuros, achar perguntas implica em saber o que vem depois. Escolher palavras e rimar, achar perdões e mais sinas, alegrar o dia dos outros, e fazer do seu, cada vez mais um estorvo. Libido é fonte com mesmo gosto que abastece o rio, achar no corpo quente o toque ainda frio.

Um pincel, um guarda-sol. Esconder do dia é coisa que ainda sinto, queria não estar lá fora, e não estou. A tela que eu vejo às vezes ,me dá medo, me dá gosto ,dá surdina, dá arrepios na canela, noções que sobem ao pescoço. A tinta caiu no chão, sujou, minha mãe brigou comigo... não brigou que nunca fui de pintar em casa. A tinta que escorre e seca, não volta pra tela.

Um prato, uma caneta. Faço regimes constantemente, não duram mais que um dia, tornam a existir no outro. Acho que mereço comer, acho que nunca posso, acabo estragando as dietas, e como de encanto. A comida é o detalhe que enche, no dia que é quase uma prova.

Uns objetos comuns, um relógio. O tempo é fase que vai, querendo mostrar-se de outrora, e volta, querendo fazer-me oratória. E acabo sendo sempre aquilo que muda no ponteiro, mesmo não sendo direito, mesmo não sendo distante, mesmo não sendo por inteiro.

01 agosto 2009

[rastro][#5]





[rastro][#4]













06 maio 2009

[de_tempo]

não me peça pra lhe dar tempo
quando o tempo a todo o tempo
dura o tempo que tem que durar
nem me diga coisas de querência
quando o dia é todo cor
e a dobra do encontro faz só descansar
e não me impeça de me achar um bobo
de às vezes me embolar todo
dobrando no vento que vem dispersar
não espere muitas palavras boas
nem minhas frases feitas
profusões sonantes
coisas de esperar
só me peça um tempo bom
a cor, o vento, o bobo,
a dobra de um sorvete tolo
e um dia pra se acabar
só não me peça pra lhe dar tempo
quando o tempo a todo o tempo
sempre insiste em não passar

17 janeiro 2009

[rastro][#3]







10 janeiro 2009

[decadência]



[se o player não abrir, atualize a página
[salve_a_arte]

looking for the main ideas

ela talvez não se depara agora com o que se forma,
o dia, a forma, a cor, a dobra, a norma, a caça, o que informa
e o parecer do dia encontra-se no verso mais contente
do paradigma indefeso que se apronta lento e solitariamente

é ilusão a poça fraca que reflete em instantâneo
a praga inversa de um dia bom vivido intensamente
apaga o rosto, espelho, dorso, armário, o quanto o sexto o quarto
escuro é o que resta quando o dia já não é mais claro

04 janeiro 2009

[rastro][#2]










simples de rimar

valor disforme, coisa boa de notar
cabou rastando sem beira
sentou, danou me falar
levou de mim palavras boas
me trouxe o que é bom de escutar
e me conta contar dele
e ser eu mais simples de falar
mas ele é filme antigo
quando roda, faz a tela tremular
rapaz que cabe no tanto de homem que lhe escapa
homem dentro do esboço do rapaz que não disfarça
rastado vem sorrindo, me convém, já que o filme vai começar...

01 janeiro 2009

[rastro][#1]









23 dezembro 2008


_em_breve_
_pra_2009

11 dezembro 2008



[o poetinha pede licença
[e sai de cena, por enquanto
[mas ano que vem ele volta
[abusando de nenhum encanto
[aguçando alusões de dispensa
[esperando algum quadro de espanto
[resentando-se-lhe-me-vos...
[tchau]

06 dezembro 2008

fragmento_II_[sensitivismo_inconstante]



[minha peculiaridade acena_
[e a sua indubitabilidade eu feri_
[essa subversividade que não gradua e ostenta_
[e dessa minha inconstância eu sorri_]

30 novembro 2008

my_part



quick melodies, my desire is the start
new horizons, best friends, i can come in their hearts
all i could be and learn playing my part
but i was made out of many things
and i'm made out of more things

but i change darkness to become light
and i shift my dreams into time
when i sing i feel all life

i can trust in skylines, light
i'd like to be with my best friends, hearts
i'm made out of more "anything", life
but i'm playing my part
my part...
my part...

[lu_mariz
[philippe_albuquerque
[e lu_mariz de novo
[amo_ela]