23 setembro 2008

[simplesmente_a_maria]

maria é minha personagem preferida
Ela é tão preta, É tão linda, É tão viva
E está lá no morro, na vitrine, ou na forma escolhida
maria se forma e reforma, morre nasce, vira diva
Ela é ponto, é a pausa, coisa crua do pensamento
maria que esforça, se controla, sorri junto do soluçamento
maria é um doce que derrete na língua, condimento
maria que nasce na beira do esboço
maria que nasce sem nenhum esforço
E que vira meu fruto de contentamento

[de_quando_maria_apanhou_da_vizinha]

maria se recompunha,
Levara uma tremenda surra
A vizinha batera em sua cara preta
Enquanto a vizinhança a chamava de burra
Correra, e a vizinha a pegara
Batia, e mais da vizinha apanhava
Deixou-se, até que a vizinha cansara
Voltou-se, pra olhar em espelho a cara inchada
maria chorou, de tempo dispunha
Lembrava-se a todo o momento do coro
E doía o inchaço na bunda
Mas logo depois de um tempo
Recompunha-se maria lustrada
Com seu óleo-de-peroba-de-costume
Pronta pra ter de novo a cara inchada

[querência_de_maria_na_dança]

maria queria dançar,
E como dançava maria,
Era leve como uma pena
Precisa feito navalha
Cortava no vento, que nem lança
Elevava o lugar que passava
De pés chatos
De mente insana
Conjunto de corpo liberto
Desenhava no chão com sua dança
E dançava de pés descobertos
Mas maria só queria dançar
E não dançava maria, no entanto
O trabalho pesado na feira
E os pensamentos passados na peneira
Já não lhe causavam assim tanto espanto

21 setembro 2008

[pra_não_esquecer_do_paint]

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[para se prender devagar
[para devagar-se no soltar também, ora pois]

03 setembro 2008

insípido_

Da querência fez-se o ato
E em meio a rumores tortos de corpos descabidos fez-se o desgosto
Aberto em meios críticos fez-se em mente
E pelo meio destemido fez-se presente
A ocasião se abriu pra ele como fáceis rajadas
E a dor incisa em carne corta-lhe como vento
A insípida leveza dos corpos passando lentos
A cabeça latejando por entre o seu alento
Concentrado e já tão torpe ele, assim, andava
Pisando duro, castigando o chão temente
Cabia-lhe certeiro entre a cor e o que era ausente
E não temendo os erros dos quais se amargurara
Sem letras, sem som nenhum ele some
E dele o mundo não vai nem sentir falta
A querência de não fazer mais parte dele
Fê-lo andar em tempos que não são daqui, nem de outrora