23 dezembro 2008
11 dezembro 2008
06 dezembro 2008
fragmento_II_[sensitivismo_inconstante]
[minha peculiaridade acena_
[e a sua indubitabilidade eu feri_
[essa subversividade que não gradua e ostenta_
[e dessa minha inconstância eu sorri_]
30 novembro 2008
my_part
quick melodies, my desire is the start
new horizons, best friends, i can come in their hearts
all i could be and learn playing my part
but i was made out of many things
and i'm made out of more things
but i change darkness to become light
and i shift my dreams into time
when i sing i feel all life
i can trust in skylines, light
i'd like to be with my best friends, hearts
i'm made out of more "anything", life
but i'm playing my part
my part...
my part...
[lu_mariz
[philippe_albuquerque
[e lu_mariz de novo
[amo_ela]
20 novembro 2008
[coisas_de_boceta_|_de_maria_e_calibreta]
que de serelépe tanto quase dança no vento
cuida pra que seja ela mais sua
cuida com encanto, num invento e no entanto
nem que seja isso só em pensamento
cuida da presteza do intervalo das nobrezas
e firma um só intento na diversa controvérsia
deixa amar um pouco sai do limbo das tristezas
e conta o conto afinco, com esmero em amnésia
olha o vento torto, que leva sua buceta
cuida dela, amena, coisa intrínseca e serena
leva a dança híbrida e congela a calibreta
cuida dela que dança, serelépe em torpe cena
16 novembro 2008
[e_que_nem_sei...]
E as poucas que são distantes
Guardo algumas crises não vividas
E mistérios sem consoantes
Fui quase criando um jeito novo
Uma idéia nada genial
Falo de mim como falo de pouco
E do pouco que o mim tem de animal
Que gasta tantas palavras e diz um ponto
Que cobre uma linha inteira e conta um conto
O mim que vive esperando coisas inexistentes
Abrumando nas coisas o que há de contente
Eu que nunca ganhei um poema
Que espero por alguém que me ensine a chorar
Que vou criando estórias e reservando conceitos
Que escrevo tanto sobre o amor
Sem nem saber direito o que é amar
[poema batizado por alice
[menina que cabe dentro do vidro de mulher]
09 novembro 2008
[batucar]
[e é um tanto bom fazer barulhos
[e juntar com quem a gente gosta
[e fazer barulhos é bastante bom também
[e divertido
[pelo menos fazê-lo me fez bem
[espero que ouvi-lo também te faça]
08 novembro 2008
[suspiro:_breve_início_findo]
pode ser coisa pouca que se ache riso
ferir-se no tempo que lança
pode fazer do tudo um grande tudo findo
apronto em repartir-me
no meio das coisas mais lindas do mundo
onde o mundo todo é forte
o drama todo é pouco
e o imenso tudo é findo
02 novembro 2008
[no olhar do moço andante]
Num humor de bom agrado
Centauro mitológico nos contos absortos
Mineiro em jeito torto,
Pequeno e tão gelado
Olha o moço alegre passear nas gotas de chá
E veja se ele pode lhe contar as estórias do mundo de alguém
Ou se apenas lhe conte estória de seu mundo
Homem de horas imprevistas
Cabível em tantas entrevistas
É um livro que não passa batido
Razão que as imagens comprovam um destino
Ele é efeito
Surtido no meio de tantas outras coisas bonitas
Mero ancião do leito de uma história viva?
Achado eleito tão bonito em curvas retilíneas...
Centauro é retícula
Coisa de muita importância
Como uma nuvem completando o céu de tempestade
Ou listras na camisa sua de muitas andanças
René é som findo
Que encanta enquanto toca fino
E que basta uma vez ouvi-lo
Pra saber que nele, lá dentro, em meio a som tão denso
Há sempre um menino
[esse foi de presente pra René Lommez][parabéns queridão]
[alegria]
07 outubro 2008
[rastar]
cabei de cabar do nada que me resta pra dizer
esqueço ou não esqueço o dever que tenho que fazer?
o dia passou tão rápido que o tempo não muito durou
o rastro se arrasta pelo sonho daquele que nunca amou
quem nunca amou tem sonho arrastado do rastro
e o tempo que não dura fez o meu dia passar rápido
esquecer o dever é fazer ele não se esquecer de você
e agora cabei de cabar do resto que me resta dizer
rastando o que já é rastado [...]
23 setembro 2008
[simplesmente_a_maria]
Ela é tão preta, É tão linda, É tão viva
E está lá no morro, na vitrine, ou na forma escolhida
maria se forma e reforma, morre nasce, vira diva
Ela é ponto, é a pausa, coisa crua do pensamento
maria que esforça, se controla, sorri junto do soluçamento
maria é um doce que derrete na língua, condimento
maria que nasce na beira do esboço
maria que nasce sem nenhum esforço
E que vira meu fruto de contentamento
[de_quando_maria_apanhou_da_vizinha]
Levara uma tremenda surra
A vizinha batera em sua cara preta
Enquanto a vizinhança a chamava de burra
Correra, e a vizinha a pegara
Batia, e mais da vizinha apanhava
Deixou-se, até que a vizinha cansara
Voltou-se, pra olhar em espelho a cara inchada
maria chorou, de tempo dispunha
Lembrava-se a todo o momento do coro
E doía o inchaço na bunda
Mas logo depois de um tempo
Recompunha-se maria lustrada
Com seu óleo-de-peroba-de-costume
Pronta pra ter de novo a cara inchada
[querência_de_maria_na_dança]
E como dançava maria,
Era leve como uma pena
Precisa feito navalha
Cortava no vento, que nem lança
Elevava o lugar que passava
De pés chatos
De mente insana
Conjunto de corpo liberto
Desenhava no chão com sua dança
E dançava de pés descobertos
Mas maria só queria dançar
E não dançava maria, no entanto
O trabalho pesado na feira
E os pensamentos passados na peneira
Já não lhe causavam assim tanto espanto
21 setembro 2008
03 setembro 2008
insípido_
E em meio a rumores tortos de corpos descabidos fez-se o desgosto
Aberto em meios críticos fez-se em mente
E pelo meio destemido fez-se presente
A ocasião se abriu pra ele como fáceis rajadas
E a dor incisa em carne corta-lhe como vento
A insípida leveza dos corpos passando lentos
A cabeça latejando por entre o seu alento
Concentrado e já tão torpe ele, assim, andava
Pisando duro, castigando o chão temente
Cabia-lhe certeiro entre a cor e o que era ausente
E não temendo os erros dos quais se amargurara
Sem letras, sem som nenhum ele some
E dele o mundo não vai nem sentir falta
A querência de não fazer mais parte dele
Fê-lo andar em tempos que não são daqui, nem de outrora
31 agosto 2008
ser_morto_ser_bom_ser_mal_ser_doce
só pra ver as pessoas sofrerem por mim
pra saber o quanto sou importante realmente
pra ver quem choraria no velório
mas ai lembro que morto, não vê, não sabe...
quando penso nisso,
lembro que comer alguma coisa doce sempre resolve.
às vezes quero me fazer de santinho
e mostrar pra todo mundo que eu sou bom
bonzinho demais
irritantemente bonzinho demais
muito mesmo
mas ai não sei...
fica chato ser bonzinho demais
assim como é chato ser morto.
[ainda que isso seja puramente presunção]
às vezes quero ser ruim
malvado, maldoso, terrível
gente... não dá
é chato ser mal
gosto mais de comer sonho de padaria
e pensar que o gesto assim como está é bem melhor do que o do morto
e gosto de saber que não sou bonzinho demais
[apesar de poder ser irritante]
e que também não sou mal
[...]
mesmo quando não tenho nada pra escrever
e vomito palavras meio mortas com cara de boazinhas
tentando ser malvadas,
mas que acabam sendo doces
[feito sonho (de padaria)]
06 agosto 2008
o_perfume_da_maria
E Maria ria quando dizia
Que sua casa perfumada
Perfumava mais que a da vizinha
Então Maria ineditamente mente
Mente em forma displicente
Contorce estórias retorcidas
Contando contos da carochinha
De certo que Maria então vivia
Em casa, de vero, perfumada
Maria fumava, passava, entornava
Maria alisava, escorria, acendia
Maria, que em tudo que há perfumava
Onde tudo era perfume, em casa de Maria
de_quando_vi_maria
Maria que me inspira
Maria que me diverte
Em mim Maria que arrepia
Me inspiro com Maria, como o tempo
Maria é o doce do lamento
Percebi quando vi Maria andar no vento
E então Maria não saiu do pensamento
Inspirei Maria, fiz cada linha com seu nome
Diverti Maria, em meio a seu lamento insone
Arrepiei de novo ao ver Maria contra o vento
imagens_do_arraial_imaginário
Contra o vento o fogo ardia na fogueira
Crianças dançavam por entre as bolhas
E por entre as crianças dançava o vento
Olhei crianças queimando vivas
Com bolhas nascendo por todo o corpo
Cabelos enrolam, correndo do fogo
E os gritos ardiam queimando o tempo todo
Saí sentindo o cheiro da carne queimada
E em meu rosto senti o apelo do vento
O tapete, inexato, pairava em descanso
E as bolhas dançavam no meu pensamento
27 julho 2008
na_coxa_esquerda
E a cor da caneta se espalhava
Desprendiam-se palavras no canto
Desvencilhavam-se instantes risonhos
A linha havia, aparecia, sumia de molho
E foi num dia distante
Dançavam lindos os pisantes
Podia-se ver lá nos mirantes
Dons insuportavelmente inconstantes
E eu bordava nas bordas
E as contas tantas
Pelas linhas tontas
Traços feitos tortos
Cores bem medonhas
Letras contorcidas
Desenhos distantes
No mirante da minha perna esquerda
Quer saber? Então encontre...
04 julho 2008
[conto][(cacofonia [aqui] pode)]
E quando o tudo apronta
Sempre há conto e nada conto
E, no entanto tudo estima
Nem sempre há rima
E sempre há tanto
E nada feito e quero tanto,
Eu quero rima
Mas me acostumo a não ter tudo
E sempre apronto, é mais um conto,
É tanto conto, é tanta vida, é tanta estima
E quando o tudo novamente se diverte
E oferece e se despede e não consegue
Se dispor no conto e, no entanto, há entretanto,
Há sobre o tanto, é muito tanto
Tudo inerte me diverte,
Invento um conto e, no entanto,
Há tanto espanto
Eu paro tudo e, no entanto eu digo o conto,
Espirro o conto, cuspo o conto,
Avisto o conto e acabo o conto
E também os mictórios
Dos quais sabem de tanto
Enquanto os dias passam
Podem ser cinco, duas, três
Quantas forem ou quantos quiserem
Esfregam-se entre beijos e língua e mãos
Esfregam-se entre os lavatórios
Embaçam os azulejos
Contorcem-se em sua libido
De sons tão bambos
E de dias tão calmos
A pele, contato, atrito
E são vários, e ao mesmo tempo
E tão diferentes
Inerentes na situação
E são coxas, calafrios
Tantos
E enquanto os dias passam
Mais um tanto ficam sabendo
Azulejos e lavatórios
apenas um
Em dores de atormento
Cabia-me de costas
E era tudo em volta
Era tudo envolto nas horas
(as minhas horas, nem tão pontuais)
Eram segredos
Que mesmo tapados pelo motor do mundo
Faziam-me saber de tudo
E não mais eram segredos
E tinha as cores tortas pelas horas
E o lugar que me comportava
Sendo mesmo de costas
Fez-me perceber o segredo
Sujo, ameno e aprontado para festa
E éramos um
Eu, e o mundo
(e as horas)
03 julho 2008
eu_ainda_amo_você
Eu ainda amo você! Ainda amo... – repetia ele – ela ainda não fazia idéia do que isso poderia significar, nunca o havia dito, de todo modo nunca havia mentido embora ele já tivesse certeza de que ela também o amava, ou simplesmente amara, de forma que nenhum deles ao certo sabia mais o que acontecia.
Tereza, menina bonita, tranqüila, educada e filha de rosa, mulher calma, sensível e destemida, criara a filha sozinha, mulher abandonada pelo marido e que apesar de sua doce e tão benevolente aparência, carregava dentro das entranhas de si uma dor imensa, de perda, de ódio, de amargura, no entanto dessa sua parte renegada e inibida, que em nada influi na história de Tereza, poucos sabiam e menos ainda o comentavam. Tereza, crescera num conto de fadas, até o dia em que sua mãe a deixara, a ela e uma casa e uma vida e toda uma trajetória, Rosa morrera, Tereza havia vivido, e agora, sozinha, já que Rosa era a única pessoa a quem Tereza podia contar com ajuda. Eram 18 anos vividos de Tereza, desses 18 todos foram circundados pela presença da mãe e agora Tereza estava sozinha, Tereza e sua casa e a falta de sua mãe.
Plínio, nascera no mundo, nos braços cansados de uma parteira descente, crescera no mundo, nas vielas e os cantos da vida contente, Plínio era forte, um menino bonito, um rapaz elegante e um homem íntimo, Plínio nascera num dia, mas fora criado em outro, fora criado quando tinha seus 20 anos completos e uns meses de sobra, quando nascera havia perdido a mãe, na qual nunca havia posto os olhos, logo depois do ganho da vida e da perda da mãe, perdera também o pai – que fugiu sem dar recados – criado pelas sobras paralelas de família, passando de casa em casa, na qual a nenhuma delas pertencia. Plínio tinha agora 20 anos, de garoto reprimido a um belo e atraente homem, de passos macios e ossos firmes nos quais juntos com seu ‘flair’ nocivo e conquistante permeavam sua pureza.
Tereza e Plínio, ele, nascido há muito e criado quando a conhecera, ela, que de abandonada moça passou a mulher em leito quando o admitira. Plínio era um entregador, Tereza uma de suas clientes, após um tempo eram juntos os dois que viviam, e era uma vida boa a que levavam, sem muitos custos e nem prejuízos, amavam-se, pelo menos acreditava-se que sim, mas amavam-se, confusamente, mas de verdade.
Más-linguas dizendo que plínio engraçando-se com outra cliente havia de ganhar um filho, no qual Tereza não podia dar-lhe pois era estéril, ele negava, pessoas afirmavam, e Tereza se dividia... ele dizia: Eu ainda amo você! Ainda amo... – continuava repetindo – mas agora ela sabia o que acontecia, e sabia do que ele dizia, não era só de negar, pois ele não mais se importava com isso, ele dizia de amor, e de amar antes de tudo. Ele repetia ainda: Amo você, ainda amo... – mas agora ela sabia, e ele também. Mais alguns meses pra frente estarão discutindo por razões analógicas, estarão bem em seguida, novamente.
Mais alguns anos pela frente estará Tereza novamente sozinha, e Plínio com sua outra mulher, não uma cliente, pois sempre fora fiel a Tereza, mas sim a uma mulher a quem pudera dar a ele um filho, dera uma filha, contente ele estava da mesma maneira. Mas ele ainda amava Tereza, e Tereza ainda o amava, mas agora não sabia mais disso, Tereza agora está morta.
18 junho 2008
paradoxo_imperfeito
Já me chamaram de politicamente correto, e eu sou correto ao atravessar as ruas (talvez mais por medo), e eu conjugo meus verbos corretamente, levanto o dedo quando quero falar, eu não sei arrotar, nem ao menos subir em árvores, conheço e faço uso das “palavrinhas mágicas”, respeito todos os idosos e sou até bonzinho...
[mas já falei “celebro” e erro no “agente”, meus arrotos existem, porém saem muito baixo, pulo muro quando preciso e me sinto bem tirando meleca do nariz, como pizza com a mão e sou inimigo de bandejas e copos, odeio alguns velhos, e xingo muito “caralho” e “puta-que-paríu” (ou melhor, eu os falo) e posso até falar mal dos outros, e sou até bonzinho... mas realmente, eu ainda insisto em ser correto ao atravessar as ruas (mais por medo...)]
17 junho 2008
verde=laranja=verde=cinza=laranja=verde
12 junho 2008
08 junho 2008
palavras e #'s
e os números então...
nunca vi quanta constância
isso eh sim, informação
letras e úmeros
coisas que,
realmente nunca existem
e existem tanto
dependem de tudo pra que existam
e não dependem de nada, no entanto
são tantas e de tantas outras formas
são muitas e das quais nunca damos descanso
parando com o drama e entrando na prosa, eh incrível como são complicadas as letras e números.
"coisas" que dependem de superfície pra existirem, que podem ser de toda forma, que podem alcançar qualquer tamanho, que podem ter qualquer cor, significar qualquer coisa, mas são sempre a mesma coisa.
complico-me falando delas, pois elas por si proprias complicam-se
complicam-me
complicado isso...
pois_
que quando, um dia, um sol, às vezes
a mancha, o cinza, o céu
era manhã quando o sol sumiu
e não mais se viu
o brilho ergueu-se em devaneio
a retirada ardeu-se e se sentiu
bateu-se forte o vento frio
e o amor, então, partiu
aconteceu num dia de sol
a mancha varreu-se para anoitecer
cobria, lenta, dominante, oposta
numa era jovem que tem tempo de ceder
era num dia claro,
mas o claro jah não havia, o cinza cobria a alvorada
o amor não sabia onde se escondia
a mancha tornava-se sólida
e sol que então, jah discrente, corria
vencia-se a batalha humilhada
e o amor no dia escuro então, morria...
29 maio 2008
foolish_ballad
My body is empty of love
In your place there are nothing
and I will die loving, loving you, loving
You, so far away from me
And your face is so pretty
Now I want you in my dreams
I see you, I can see you
But I can't touch you
And I can't kiss you
But I will Love you
And now I need you
I know I miss you
I want you
And yes I see you
And now I miss you
But I will love you
I lost you
Darling...
18 maio 2008
eu_gosto_do_seu_frio
Foram elas que me gelaram,
À ponto de tremer
E que, no entanto, por mais espanto
Foi o que me fez sentir bem
O nariz que já escorria antes de comê-las
E a garganta que seca, perseguia,
A dor na cabeça enquanto às tomo
E foi tudo, foi tanto
Elas me erguiam
Sentia-me já pronto para um resfriado certo
Mas aprendia a encarar bem de perto
a analogia de você que eu fazia
com a frieza que o sorvete me fizera