12 outubro 2007

clique_na_imagem_para_ver-ler


passos_perdidos

Amanhecia na torta ruazinha sem saída
Por onde ainda bem cedo a velhinha caminhava
Seus passos curtos, tortos como vírgulas
Seguiam pelo caminha ainda enegrecido em retalhos
Eram lentos seus movimentos poucos
E brilhantes os olhos acima de um sorriso aparente
Colhia as flores no fim da viela
Aprovava as bonitas mostrando seus dentes
Era de muito, o tempo em que ela o fazia
Tornando-se parte da paisagem diária de rotina
Era dia após dia repetindo seus atos
Assim que a aurora abria a sua cortina
Depois de colhidas as flores iam para uma cesta
Onde mais tarde todas elas estariam preparadas
No correr do dia a velha então sumia
Retornava sorridente com a cesta decorada
A velha por décadas de flores vivia
Com todo o seu flair e talento com que as vendia
Hoje amanheceu na ruazinha sem saída
E a paisagem rotineira fora modificada
Passaram-se horas sem passar a velhinha
Depois de semanas, no fim da viela, flores mortificadas.

Nenhum comentário: